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sábado, 13 de abril de 2013
Araguari-MG: detalhes de um atentado à lei na Secretaria Municipal de Saúde
UM RELATO EM DEFESA DO SUS
Neste sábado (13/04/2013) tive uma longa conversa com Sandra Pires,
servidora pública municipal com quase 30 anos de serviços prestados à
municipalidade, e há anos lotada na Secretaria Municipal de Saúde de
Araguari. Competente, séria, extremamente profissional, Sandra é mãe de
família e avó de duas meninas.
No dantesco episódio da
ingerência do secretário municipal de saúde Alfredo Paroneto (e sua
adjunta Fernanda Debs) no trabalho do agente fiscal Vicente, quando
autuava e interditava o restaurante Napolitano, Sandra acabou colocada,
de forma irresponsável e covarde, no redemoinho que desaguou na Ação
Civil Pública movida pelo promotor de justiça Valter Shigueo Moryama
contra o secretário e a adjunta.
Ouvi atentamente o relato de Sandra e reproduzo, de forma sucinta, os pontos principais:
· Inicialmente, Sandra recebeu ordem da secretária adjunta,
Fernanda Debs, para que ela (Sandra) telefonasse ao agente fiscal
sanitário Vicente, determinando que “parasse com a interdição do
restaurante”. Sandra perguntou à adjunta se ela tinha certeza da ordem
que estava lhe dando e perguntou porque ela mesma, adjunta, não ligava.
Foi-lhe dito que “você mesma liga porque o Nilton está me pressionando”.
No caso, Nilton seria o secretário de planejamento, Nilton Eduardo;
· Sandra telefonou e repassou a Vicente a ordem que recebera
(cancelar a interdição do restaurante). Vicente teria respondido que não
o faria; que a bateria do celular estava acabando e que ligassem para o
número do fiscal Luciano, que o acompanhava;
· Logo em
seguida, Sandra afirma ter recebido telefonema do secretário de saúde,
Alfredo Paroneto, que lhe deu ordem expressa para “ligar para o Vicente e
mandar parar com a interdição”. Sandra respondeu ao secretário que
Vicente já avisara que não interromperia a interdição e perguntou ao
secretário “Dr Alfredo, o senhor tem certeza da ordem que está me
dando?”; o secretário de saúde teria lhe dito “fala pra ele que é uma
ordem minha e do prefeito; é pra parar e pronto”;
· Sandra
telefonou para os fiscais, novamente, e repetiu a ordem que recebera,
agora do secretário de saúde. Então, Vicente teria dito “Sandra, eu não
vou parar a interdição; nossa conversa está gravada e vou sair daqui e
levar a denúncia diretamente ao promotor de justiça”.
· Na
manhã do dia seguinte, por volta de 09h00, Sandra recebeu a intimação do
promotor de justiça para que comparecesse ao Ministério Público para
prestar esclarecimentos. Sandra, então, comunicou ao secretário Alfredo
Paroneto que teria lhe dado a seguinte ordem: “Você não vai comparecer;
invente uma desculpa qualquer; diga que tá com “caganeira”(sic) mas
você não vai”;
· Sandra não cumpriu a ordem e compareceu ao
Ministério Público onde, na presença do promotor de justiça Valter
Shigueo Moryama, confirmou toda a história. Ao final do depoimento,
Sandra diz ter ouvido do promotor a seguinte frase: “Você não
pestanejou”.
Eis o breve relato de um episódio recheado de
transgressões ao direito administrativo e à legislação sanitária, abuso
de autoridade, prepotência e covardia. Tudo isso já relatado ao
Ministério Público.
Espera-se que o Poder Judiciário atue com
rigor. E que a Câmara Municipal de Araguari saia do estado de letargia e
desempenha suas atribuições de poder fiscalizatório, exigindo
explicações de todos os envolvidos, inclusive o prefeito do município.
Araguari-MG: detalhes de um atentado à lei na Secretaria Municipal de Saúde
UM RELATO EM DEFESA DO SUS
Neste sábado (13/04/2013) tive uma longa conversa com Sandra Pires, servidora pública municipal com quase 30 anos de serviços prestados à municipalidade, e há anos lotada na Secretaria Municipal de Saúde de Araguari. Competente, séria, extremamente profissional, Sandra é mãe de família e avó de duas meninas.
No dantesco episódio da ingerência do secretário municipal de saúde Alfredo Paroneto (e sua adjunta Fernanda Debs) no trabalho do agente fiscal Vicente, quando autuava e interditava o restaurante Napolitano, Sandra acabou colocada, de forma irresponsável e covarde, no redemoinho que desaguou na Ação Civil Pública movida pelo promotor de justiça Valter Shigueo Moryama contra o secretário e a adjunta.
Ouvi atentamente o relato de Sandra e reproduzo, de forma sucinta, os pontos principais:
· Inicialmente, Sandra recebeu ordem da secretária adjunta, Fernanda Debs, para que ela (Sandra) telefonasse ao agente fiscal sanitário Vicente, determinando que “parasse com a interdição do restaurante”. Sandra perguntou à adjunta se ela tinha certeza da ordem que estava lhe dando e perguntou porque ela mesma, adjunta, não ligava. Foi-lhe dito que “você mesma liga porque o Nilton está me pressionando”. No caso, Nilton seria o secretário de planejamento, Nilton Eduardo;
· Sandra telefonou e repassou a Vicente a ordem que recebera (cancelar a interdição do restaurante). Vicente teria respondido que não o faria; que a bateria do celular estava acabando e que ligassem para o número do fiscal Luciano, que o acompanhava;
· Logo em seguida, Sandra afirma ter recebido telefonema do secretário de saúde, Alfredo Paroneto, que lhe deu ordem expressa para “ligar para o Vicente e mandar parar com a interdição”. Sandra respondeu ao secretário que Vicente já avisara que não interromperia a interdição e perguntou ao secretário “Dr Alfredo, o senhor tem certeza da ordem que está me dando?”; o secretário de saúde teria lhe dito “fala pra ele que é uma ordem minha e do prefeito; é pra parar e pronto”;
· Sandra telefonou para os fiscais, novamente, e repetiu a ordem que recebera, agora do secretário de saúde. Então, Vicente teria dito “Sandra, eu não vou parar a interdição; nossa conversa está gravada e vou sair daqui e levar a denúncia diretamente ao promotor de justiça”.
· Na manhã do dia seguinte, por volta de 09h00, Sandra recebeu a intimação do promotor de justiça para que comparecesse ao Ministério Público para prestar esclarecimentos. Sandra, então, comunicou ao secretário Alfredo Paroneto que teria lhe dado a seguinte ordem: “Você não vai comparecer; invente uma desculpa qualquer; diga que tá com “caganeira”(sic) mas você não vai”;
· Sandra não cumpriu a ordem e compareceu ao Ministério Público onde, na presença do promotor de justiça Valter Shigueo Moryama, confirmou toda a história. Ao final do depoimento, Sandra diz ter ouvido do promotor a seguinte frase: “Você não pestanejou”.
Eis o breve relato de um episódio recheado de transgressões ao direito administrativo e à legislação sanitária, abuso de autoridade, prepotência e covardia. Tudo isso já relatado ao Ministério Público.
Espera-se que o Poder Judiciário atue com rigor. E que a Câmara Municipal de Araguari saia do estado de letargia e desempenha suas atribuições de poder fiscalizatório, exigindo explicações de todos os envolvidos, inclusive o prefeito do município.
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