Desejo do PP de governar Minas fica mais distante......

O ex-ministro Pimenta da Veiga, que completou 66 anos no dia 2 de julho, e que há mais de uma década se achava afastado da faina política, voltou a ela com muita disposição desde a semana passada. Preocupado com os rumos que se projetam à frente e, também, com a manipulação de lideranças no mínimo inconvenientes que possam surgir desses movimentos, Pimenta aceitou a convocação do candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, para ser o coordenador da sua campanha no Estado. Com isso, ele acredita, Aécio ficará mais à vontade para dizer aos brasileiros que está disposto a enfrentar esse novo país que acabou de nascer das ruas.

Para tal, Pimenta não só está de mudança para Belo Horizonte, como já fechou as portas do escritório de advocacia que mantinha em Brasília. Estimulado por Aécio Neves e Fernando Henrique, retorna à cena política para somar esforços, não para subtrair ou dividir. Retorna com transparência e vontade de servir. Talvez por isso, sua presença na cidade onde nasceu e, sobretudo, seu passado de homem público correto e determinado provocaram naturais especulações em torno da sua provável candidatura ao governo de Minas. Um assunto que – observa com elegância – só será tratado em meados do ano que vem.

Também constituinte, Pimenta da Veiga foi eleito para o primeiro mandato de deputado federal aos 31 anos, em 1978, pelo MDB. Foi reeleito para mais três mandatos, pelo PMDB e, depois, pelo PSDB, que ajudou a fundar e do qual foi vice-presidente e presidente. Sempre atuante na Câmara Federal, foi o primeiro deputado a denunciar o atentado do Riocentro, em 1981. Engajou-se com entusiasmo na campanha das Diretas Já. Foi contra a eleição indireta, mas integrou-se depois à eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. Aos 37 anos, foi indicado por Tancredo como líder na Câmara. Participou, ora como principal articulador, ora como coordenador, das campanhas de Mário Covas, Fernando Henrique e José Serra à Presidência da República.

Em 1988, foi eleito prefeito de Belo Horizonte, em cuja administração implantou o Programa Participativo de Obras Prioritárias (Propar), que, adotado pelo PT, ganhou o apelido de Orçamento Participativo. Um ano e pouco depois, por exigência de seus companheiros no PSDB, renunciou ao mandato para se candidatar ao governo do Estado. O último cargo que exerceu foi o de ministro das Comunicações de FHC.





Jornal  - O Tempo


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