MAIS PARTICIPAÇÃO POPULAR
MAIS
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Pedro
Simon*
A
primeira vez que apresentei uma proposta garantindo ao cidadão o direito de
participar da elaboração do orçamento de sua cidade, do estado e do país, foi
em 1996. O Projeto de Lei do Senado número 20/96 tramitou em várias comissões e
chegou a receber parecer favorável. Mas acabou arquivado ao final daquela
legislatura, em 2003. Lá se vão muitos anos. Só agora, impulsionada pelas ruas,
uma nova proposta nesse sentido, também de minha autoria, o Projeto de Lei
número 171/2005 cumpre todas as etapas regimentais e está pronto para ser
votado em plenário.
De
acordo com os termos do projeto, serão criadas comissões e convocadas
audiências públicas para o debate sobre a melhor destinação dos recursos
disponíveis. A ideia não é nova e, de alguma forma, vem sendo aplicada em
muitos municípios, embora ainda sem uma norma legal geral que determine essa
obrigação às administrações.
A
participação direta dos cidadãos nos negócios e assuntos públicos tem origem na
distante Grécia Antiga, berço da democracia no Ocidente. A atividade política
era quase uma imposição e as discussões se davam nas praças públicas. No
Brasil, o pioneirismo da implantação do Orçamento Participativo aconteceu nas
administrações de Dirceu Carneiro, em Lages (SC), em 1976, onde nasceu a ideia;
e, de Bernardo de Souza, em Pelotas (RS), em 1982. Em 1989, uma capital, Porto
Alegre, adotou o modelo na gestão Olívio Dutra.
Estamos
bem próximos de um grande avanço democrático, de estabelecer em lei o direito
de participação popular no orçamento municipal, estadual ou federal. O povo,
que afinal é quem paga as contas, pode contribuir com a definição de
prioridades de acordo com as necessidades das comunidades. É uma proposta em
sintonia com as ruas, e com o anseio manifestado por maior qualidade e transparência
em nosso sistema representativo.
*Pedro
Simon é senador da República pelo PMDB-RS.
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