Prefeito exonera 350 funcionários comissionados
Prefeito exonera 350 funcionários comissionados
Cidade, que fica no Vale do Rio Doce, está se adequando à Lei
de Responsabilidade Fiscal
RAQUEL GONDIM
Com as contas no vermelho, o prefeito de Belo Oriente, no
Vale do Rio Doce, Pietro Chaves (PDT), optou por uma atitude drástica para
equilibrar a receita municipal: exonerar 350 servidores comissionados.
Somente nesta semana, 50 servidores tiveram que deixar seus
cargos na prefeitura da cidade, de 25 mil habitantes. O processo começou no
primeiro semestre do ano, quando os outros 300 funcionários de carreira
deixaram suas funções.
Segundo Chaves, as exonerações foram necessárias para adequar
a prefeitura à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita o gasto máximo
de 54% da arrecadação da cidade com pagamento de pessoal.
Ainda de acordo com o prefeito, o desligamento de servidores
já permitiu à administração municipal uma economia de R$ 500 mil. O valor
alivia as contas públicas, comprometidas com convênios federais para os quais
deverá apresentar contrapartida de R$1,5 milhão em 2014, além de dívidas na
ordem de R$ 34 milhões.
“Não há outro remédio a não ser cortar na própria carne”,
afirma Chaves.
AMM. Para o presidente da Associação Mineira de Municípios
(AMM), prefeito de Barbacena, Toninho Andrada (PSDB), a situação de Belo
Oriente evidencia bem o cenário em que as pequenas cidades estão inseridas
atualmente. “Trata-se de um círculo vicioso, que está estrangulando os
municípios. A consequência é a perda total de qualidade de gestão”.
Segundo ele, a alternativa adotada pelo prefeito de Belo
Oriente para se adequar à LRF foi inusitada. Normalmente, as prefeituras optam
por reduzir a oferta de serviços à população, em vez de atingir os funcionários
comissionados.
O presidente da AMM acrescenta que, nesses casos, a população
é a maior prejudicada, independentemente da medida adotada. “Como consequência,
as politicas públicas ficam empacadas. A demanda por serviços aumenta, mas a
oferta não. O resultado é o povo na rua reclamando da falta de serviços de
qualidade”.
Fonte – jornal O Tempo
Comentários
Postar um comentário