terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ANO PERDIDO

                   
         
                    ANO PERDIDO

             O objetivo do presente artigo não é promover críticas despropositadas à administração pública, mas, sob á ótica descompromissada de um cidadão aqui residente, fazer uma análise fria do primeiro ano do atual governo.

            De princípio, deve ser reconhecido que os atuais governantes herdaram da administração anterior um passivo substancial, grande parte de curtíssimo prazo, correspondente a folha de pagamento do mês de dezembro e acertos trabalhistas com os ocupantes de cargos de confiança.

            Entretanto, surpreendentemente, na contramão da realidade financeira recebida, seus primeiros atos foram a promoção de grandes e dispendiosas festas, todas elas custeadas com o escasso dinheiro público, onde não faltaram a presença de grandes atrações artísticas regiamente remuneradas. Assim promoveram a festança da posse, do carnaval, da comemoração do aniversário da cidade, alem de outras de menor destaque, mas que também consumiram sagrados recursos públicos.

            Para quem começou o governo reclamando de dívidas herdadas, foi realmente algo inexplicável. É claro que, descontado o exagero e o fato de tudo ter acontecido em princípio de governo, tais eventos podem até ser comparados com a política de “pão e circo”, praticada no império romano com objetivo de manter a população alienada e conformada, enquanto a situação ia de mal a pior.

            Em princípio, seria razoável debitar a ocorrência de equívocos à falta de experiência e a inabilidade de alguns membros da assessoria mais imediata, que ocupam cargos de extrema relevância, inclusive técnicos, apesar de desprovidos de elementares conhecimentos técnicos ou políticos.

            Mas não, desde o início os equívocos foram se sucedendo, como a criação de uma nova secretaria e de inúmeros cargos, inchando ainda mais a já dispendiosa folha de pagamento, a ponto de comprometer perigosamente os limites de gastos com pessoal, estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, e levar à beira do inadministrável as já combalidas finanças públicas.

            É oportuno registrar que o setor de comunicação da Prefeitura tem feito verdadeiros malabarismos para minimizar a real situação do município. Para tanto, cantam loas ao Prefeito, divulgam diversas e ilusórias realizações futuras, dão noticias de enormes fortunas carreadas do governo federal, para o Município sem qualquer custo, prometem grandes obras com recursos próprios, tirados não se sabe de onde, falseiam a verdade e escondem a realidade.

            Neste objetivo, recentemente, promoveram entrevista coletiva para divulgar ter conseguido mais de 41 milhões de reais do governo federal, para a construção da estação de tratamento de esgotos e asfaltamento de ruas do Bairro Vieno, quando, na verdade, o que conseguiram foi simplesmente a possibilidade de conseguir um financiamento, de igual valor, para realização das referidas obras, a ser contratado a juros de mercado com a Caixa Econômica Federal, oferecendo como garantia, receitas do município, indispensáveis à manutenção da máquina pública.

            Da mesma forma, prometem construir com recursos próprios o viaduto do Bairro São Sebastião, quando a receita do Município tem se mostrado insuficiente para a manutenção do dia a dia da administração, o que tem causado atrasos sistemáticos no pagamento dos servidores e infindáveis pendências com fornecedores, comprometendo o abastecimento até mesmo ao setor de saúde, vital às necessidades da população.

            Até mesmo a prudência foi abandonada na ânsia desesperada em apresentar resultados. Tanto é assim que somente neste ano, obtiveram da Câmara Municipal autorização para contrair empréstimos em valor superior a 50 milhões de reais, o que, se tornado realidade, pode comprometer o futuro de toda uma geração, pois o prazo previsto para pagamento, da maioria deles, é de 20 anos.

            Sem contas os escândalos que estiveram sempre presentes, providencialmente minimizados pelo setor de comunicação, é esta a realidade que faz de 2013, um ano totalmente perdido em termos de administração pública do Município.

            Foi na verdade um desastroso primeiro ano de governo. Mas, como a maior parte do mandato ainda está por ser cumprida, existe tempo para que tudo seja revisto e para que a administração adote medidas que evitem a sua repetição.

            A solução é para de sonhar, descer das nuvens, e administrar o Município nos exatos parâmetros da sua realidade. Isto é tarefa exclusiva do Prefeito Municipal que, para tanto, terá obrigatoriamente de promover profundas alterações na sua assessoria e maior exercício do poder de decisão,o que é inerente às suas funções. 
 
                                                           Dejair F. Lima
                                                                                                                                                                 Advogado e jornalista


Um comentário:

  1. Parabéns senhor Dejair F. Lima maravilhoso texto, coerente, reflexivo e conclusivo pena que só poucos vao entender o recado a realidade do texto porque vivemos um momento politico em Araguari no efeito sonolento da lobotomia em alguns casos nao vai fazer diferença já que os interesses se faz no momentos de governam cia assim torço que esteja errada e equivocada.

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